Segunda-feira difícil

Hoje o dia amanheceu lindo. Mal abri meus olhos e o sol já estava com força total esquentando o quintal. Que alegria para um bassê quando vê logo cedo um solzinho para se aquecer, pois somos muito friorentos por não ter uma pelagem adaptada ao frio como algumas raças. Em compensação, quando chega o verão ficamos bem à vontade enquanto alguns de minha espécie precisam ficar indo ao pet para tosa. O problema nem é tanto a tosa, mas é que a tosa é sempre acompanhada de, "arrrg", banho. Como eu estava dizendo, o dia tinha tudo para prosseguir maravilhoso, mas para minha surpresa eu vi meu dono pegando meu xampu. Uma grande tristeza recaiu sobre mim, pois já ha alguns dias eu não tomava banho e achava que eles haviam se esquecido disso e nunca mais iriam me dar banho. O meu cheirinho já estava bastante agradável e já atraia alguns cães machos ao portão de casa. Eu fiquei um tempo paralizada sem saber o que fazer, quando dei por mim já estava dentro do banheiro toda ensaboada. Que raiva que dá tomar banho e ficar cheirando a cachorro limpo e cheiroso. Resumo, o dia havia acabado para mim. Agora já anoiteceu e só me resta me retirar à minha casinha e tirar um cochilo. De vez em quando dou umas latidas de madrugada (sem me levantar de meu colchão) e meu dono acha que estou vigiando o quintal e assim faço jus à um pouco de ração no dia seguinte como pagamento pelos serviços de vigia prestados.

 Hoje teve cãominhada aqui em minha cidade e eu estava contando as horas para participar. O objetivo foi alertar contra os maus-tratos a que muitos de nós somos submetidos. Seria uma boa oportunidade de encontrar velhos conhecidos e ampliar meu atual leque de amigos. Para minha surpresa, minha família deu uma saída logo cedo e eu fiquei aflita, olhando à toda hora para o relógio vendo os minutos passando velozes e nada deles chegarem. Procurei algo para fazer e encontrei um monte de sacolas penduradas no fundo do quintal. Provavelmente teriam alguma coisa interessante as quais eu poderia rasgar e mastigar à vontade pois não havia ninguém, sequer eu na casa. Quando, com muito custo consegui arrastar uma cadeira de plástico para perto das sacolas, ouvi, de longe o barulho do nosso carro. Fui tomada de tamanha alegria que fica difícil descrever neste blog. Eles chegaram e eu acreditava que afinal iríamos para a cãominhada. Para minha completa frustração, ouvi meu dono dizendo que eu não iria porque estava com algumas vacinas vencidas e que era arriscado me expor a uma situação em que poderia me contagiar por alguma doença. Que pena! Mas pensando bem até que foi bom, porque já tive um primo que morreu de uma doença grave, por falta de vacina e acho que ainda é cedo para deixar este mundo, pois ainda tenho muito que aproveitar a vida. Então entendi porque que meu dono me deu vermífugo para mim há uns dias atrás; já estou imaginando as agulhadas que vou levar ao tomar vacina na semana que vem.

                
                               meu saudoso primo rex

Boas vindas

Gostaria de deixar bem claro que não sei escrever, então tudo o que vocês irão ler neste blog é meu dono, o Neto, quem estará escrevendo. Escolhi o Neto pois é a única pessoa em quem confio e também é a única pessoa com quem posso falar abertamente sobre minha vida, minhas alegrias e angústias, meus bons momentos e também meus tombos e adversidades. Criamos o blog com a finalidade de que as pessoas que tiverem contato com ele pudessem conhecer um pouco de meu dia-a-dia, meus afazeres, minhas aventuras e desventuras. Gostaria de dar as boas vindas e agradecer desde já pela companhia que me proporcionam ao ler meus relatos. Estou preparando uma porção de coisa interessante para publicar, histórias de arrepiar, algumas trivialidades enfim, tudo o que se passa na vida de um bassê.
Até a próxima!

                             
                          me sentindo a dona do carro